«CARTA A ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR»
"Salazar, Salazar!
Estava aqui a questionar-me acerca deste feriado e decidi escrever-lhe...
No seu tempo, Portugal, era um país em que os cidadãos não eram livres de dizerem o que sentiam, era um país em que a imprensa, o cinema, o teatro, a literatura eram controladas e sujeitadas à censura. Era você, que decidia o que era permitido ver, ler e escrever. Salazar, queria e mandava em tudo! Tinha a seu favor a PIDE, que castigava severamente aqueles que se opunham a si e ao seu regime. Fez de Portugal um país sem direito à educação, à saúde, ao trabalho e à habitação. Um país envolvido numa, longa,guerra colonial em Angola, Guiné e Moçambique. Após ter falecido, Marcelo Caetano, assumiu o seu cargo, sabia? Pois, calculei que não. Ele tentou seguir os seus passos mas não se deu bem. Os militares descontentes e cansados da longa guerra, revoltaram-se contra o regime ditatorial. Marcelo Caetano rendeu-se e acabou todo o vosso regime. Instaurou-se finalmente em Portugal, a democracia, a população apoiou desde logo os militares e isso foi decisivo para a vitória do momento. A grande PIDE, que instaurou e que o defendia, também se rendeu e foi possível, assim, libertar os presos políticos. Nasceu uma nova época para Portugal. A revolução trouxe de volta a liberdade de expressão, o direito de se dizer o que se sente, o que se pensa sem ter medo de ser punido. Agora Salazar, é possível eleger o governante e já não há guerras, terminou a guerra colonial. E nós, cidadãos, passamos a ter os nossos direitos garantidos.
Salazar, a liberdade voltou...
Finalmente o mundo que “desenhou” terminou!
Viva a mudança!
Viva o mundo novo!
Esteja onde estiver, fique a par das novidades …
Liberdade! Liberdade!"
Patrícia Daniela Pinto Ferreira, 11ºH, nº19
Em Abril de 1974
ocorreu uma revolução,
com o Movimento das Forças Armadas
proclamou-se a libertação!
Com António de Oliveira Salazar
o país diminuíu,
com esta revolução
tudo de bom surgiu!
Antes da revolução
Salazar mandou e piorou,
depois da revolução
Spínola governou e mudou!
Cravos vermelhos
marcaram a revolução,
vieram revolucionar
esta nova nação!
Zeca Afonso, o cantor
criou música que marcou,
a liberdade do povo
muito esta se desejou!
Diogo Neto, 11º I
para cravosrevolucionários.
para o Jorge.
2009/04/25
2009/04/24
2009/04/14
A Civilização Industrial
INAUGURAÇÃO DO COMBOIO
"Finalmente, avistámos ao longe um fumozito branco, na frente de uma fita escura que lembrava uma serpente a avançar devagarinho.
Era o comboio!
Quando se aproximou, vimos que trazia menos carruagens do que supúnhamos.
Vinha festivamente embandeirado o wagon em que viajava EI-Rei D. Pedro V.
O comboio parou um momento na estação, de onde se ergueram girândolas estrondosas de foguetes; vimos EI-Rei debruçar-se um instante e fazer-nos uma cortesia; meu pai, alegremente, acenou-nos um adeus rápido. Tudo passou como uma visão (...).
Só no dia seguinte ouvimos meu pai contar, com aquela "verve", que lhe era peculiar em certas ocasiões, as várias peripécias dessa jornada de inauguração.
A máquina, escusado será dizer, das mais primitivas (parecia um enorme garrafão), não tinha força para puxar todas as carruagens que lhe atrelaram; e foram-as largando pelo caminho. Algumas, de convidados, nos Olivais. O vagão do Cardeal-Patriarca e do Cabido ficou em Sacavém; mais um, recheado de dignitários, ficou ao desamparo na Póvoa. Creio que se o Carregado fosse mais longe, e a manter-se uma tal proporção, chegava lá a máquina sozinha ou parte dela."
Fonte: Memórias da Marquesa de Rio Maior.
COMBOIOS PRINCEPESCOS
«O caminho-de-ferro revolucionou as vias de comunicação terrestre em meados do século XIX. O comboio, para além, de constituir um importante meio de transporte de mercadorias, também foi um importante símbolo de status para as classes abastadas, como é o caso dos milionários americanos. Estes possuíam carruagens extremamente luxuosas, com mármores nas casa de banho, torneiras de ouro e ornamentos de valores incalculáveis. Vários monarcas mandavam decorar as suas carruagens com revestimentos de extremo requinte: o rei Luís da Baviera mandou acolchoar os assentos das sanitas com penas de cisne e ordenou a circulação do seu comboio vazio, por todo o reino, para que o admirassem; a carruagem onde a rainha Vitória fez a sua primeira viagem, tinha reposteiros de seda branca e carmesim e sofás principescamente estofados; a do Papa Pio IX tinha uma sala de trono forrada de veludo branco.»
Resumo e adaptado de Sabia que ....?.
UMA VIAGEM DE COMBOIO
"Espera-se que a via Larmanjat, inaugurada há poucas semanas, transforme Sintra em um daqueles confluentes de patuscadas onde passem um dia regalados os lisboetas que não têm tempo nem cabedal para se andarem à cata de felicidades um pouco mais longe de casa. A experiência porém que tenho do Larmanjat autoriza-me a dizer que tão-somente uns para quem economizar uma hora a um ou dois mil réis é negócio importantíssimo, poderão jornadear segunda vez por tal transporte. Construíram-no segundo um sistema que em França foi experimentado, ouvi dizer, com insignificante êxito e diminuta protecção. Disseram-me uns engenheiros que a invenção se malograria afinal porque, sendo o rail de madeira, assim que chove, o pau pega de inchar e descarrila o veículo. Está quase concluída outra via para Torres Vedras pelo mesmo sistema. As carruagens são de duas classes, primeira e terceira; a segunda virá depois. Compõe-se a primeira de dois bancos centrais, costas com costas, separados por uma divisão que sobe quase até ao tejadilho da carruagem. Tem duas portinholas de entrada de cada lado e um postigo com vidraça e cortina defronte de cada passageiro. Quanto à terceira, essa não é dividida nem envidraçada: tem uma grosseira cortina, em vez de janela. Empregam uma escova na remoção do lixo e cascalho ou outros empecilhos ao trânsito. A velocidade é moderada; andam dezasseis milhas em duas horas e um quarto. Entendemos logo que levar as janelas fechadas era morrermos abafados; porém, como neste tempo se alastra uma camada de pó de altura pelo menos de um pé nas margens da estrada, assim que abrimos a janela invadiu-nos a poeira que literalmente nos cobriu desde a cabeça até aos pés. Descemos a cortina, que era de uma franzina gaze, e não melhorámos de situação. Encheram-se-nos as bocas e os olhos daquele saibro irritante, que nos atacava às ondas com a picante impressão de vidro moído. Toda a gente parecia levar cabeleira polvilhada ou ter encanecido à última hora. Tapávamos a cara com os lenços para evitar a cegueira ou a asfixia - o que provavelmente aconteceria sem tais resguardos.
E então os solavancos!
Nunca os esquecerei... tão desapiedadamente lá fui manteada! Às vezes íamos sacudidos de encontro ao tecto; e então não só aconchegávamos reciprocamente os joelhos por causa da estreiteza do veículo, mas até os fincávamos uns contra os outros, preferindo isto a sairmos cheios decontusões negras e azuladas da pancadaria que levássemos de encontro às ilhargas do carro. E, no entanto, a máquina ia trapeando, arfando, silvando e rugindo como eu nunca tinha ouvido máquina nenhuma. Demais a mais, uma grande sineta ia num perpétuo repicar avisando os viandantes e os boleeiros dos trens que se desviassem do caminho do «grande Larmanjat»."
Fonte: JACKSON, Lady . A Formosa Lusitânia
"Finalmente, avistámos ao longe um fumozito branco, na frente de uma fita escura que lembrava uma serpente a avançar devagarinho.
Era o comboio!
Quando se aproximou, vimos que trazia menos carruagens do que supúnhamos.
Vinha festivamente embandeirado o wagon em que viajava EI-Rei D. Pedro V.
O comboio parou um momento na estação, de onde se ergueram girândolas estrondosas de foguetes; vimos EI-Rei debruçar-se um instante e fazer-nos uma cortesia; meu pai, alegremente, acenou-nos um adeus rápido. Tudo passou como uma visão (...).
Só no dia seguinte ouvimos meu pai contar, com aquela "verve", que lhe era peculiar em certas ocasiões, as várias peripécias dessa jornada de inauguração.
A máquina, escusado será dizer, das mais primitivas (parecia um enorme garrafão), não tinha força para puxar todas as carruagens que lhe atrelaram; e foram-as largando pelo caminho. Algumas, de convidados, nos Olivais. O vagão do Cardeal-Patriarca e do Cabido ficou em Sacavém; mais um, recheado de dignitários, ficou ao desamparo na Póvoa. Creio que se o Carregado fosse mais longe, e a manter-se uma tal proporção, chegava lá a máquina sozinha ou parte dela."
Fonte: Memórias da Marquesa de Rio Maior.
COMBOIOS PRINCEPESCOS
«O caminho-de-ferro revolucionou as vias de comunicação terrestre em meados do século XIX. O comboio, para além, de constituir um importante meio de transporte de mercadorias, também foi um importante símbolo de status para as classes abastadas, como é o caso dos milionários americanos. Estes possuíam carruagens extremamente luxuosas, com mármores nas casa de banho, torneiras de ouro e ornamentos de valores incalculáveis. Vários monarcas mandavam decorar as suas carruagens com revestimentos de extremo requinte: o rei Luís da Baviera mandou acolchoar os assentos das sanitas com penas de cisne e ordenou a circulação do seu comboio vazio, por todo o reino, para que o admirassem; a carruagem onde a rainha Vitória fez a sua primeira viagem, tinha reposteiros de seda branca e carmesim e sofás principescamente estofados; a do Papa Pio IX tinha uma sala de trono forrada de veludo branco.»
Resumo e adaptado de Sabia que ....?.
UMA VIAGEM DE COMBOIO
"Espera-se que a via Larmanjat, inaugurada há poucas semanas, transforme Sintra em um daqueles confluentes de patuscadas onde passem um dia regalados os lisboetas que não têm tempo nem cabedal para se andarem à cata de felicidades um pouco mais longe de casa. A experiência porém que tenho do Larmanjat autoriza-me a dizer que tão-somente uns para quem economizar uma hora a um ou dois mil réis é negócio importantíssimo, poderão jornadear segunda vez por tal transporte. Construíram-no segundo um sistema que em França foi experimentado, ouvi dizer, com insignificante êxito e diminuta protecção. Disseram-me uns engenheiros que a invenção se malograria afinal porque, sendo o rail de madeira, assim que chove, o pau pega de inchar e descarrila o veículo. Está quase concluída outra via para Torres Vedras pelo mesmo sistema. As carruagens são de duas classes, primeira e terceira; a segunda virá depois. Compõe-se a primeira de dois bancos centrais, costas com costas, separados por uma divisão que sobe quase até ao tejadilho da carruagem. Tem duas portinholas de entrada de cada lado e um postigo com vidraça e cortina defronte de cada passageiro. Quanto à terceira, essa não é dividida nem envidraçada: tem uma grosseira cortina, em vez de janela. Empregam uma escova na remoção do lixo e cascalho ou outros empecilhos ao trânsito. A velocidade é moderada; andam dezasseis milhas em duas horas e um quarto. Entendemos logo que levar as janelas fechadas era morrermos abafados; porém, como neste tempo se alastra uma camada de pó de altura pelo menos de um pé nas margens da estrada, assim que abrimos a janela invadiu-nos a poeira que literalmente nos cobriu desde a cabeça até aos pés. Descemos a cortina, que era de uma franzina gaze, e não melhorámos de situação. Encheram-se-nos as bocas e os olhos daquele saibro irritante, que nos atacava às ondas com a picante impressão de vidro moído. Toda a gente parecia levar cabeleira polvilhada ou ter encanecido à última hora. Tapávamos a cara com os lenços para evitar a cegueira ou a asfixia - o que provavelmente aconteceria sem tais resguardos.
E então os solavancos!
Nunca os esquecerei... tão desapiedadamente lá fui manteada! Às vezes íamos sacudidos de encontro ao tecto; e então não só aconchegávamos reciprocamente os joelhos por causa da estreiteza do veículo, mas até os fincávamos uns contra os outros, preferindo isto a sairmos cheios decontusões negras e azuladas da pancadaria que levássemos de encontro às ilhargas do carro. E, no entanto, a máquina ia trapeando, arfando, silvando e rugindo como eu nunca tinha ouvido máquina nenhuma. Demais a mais, uma grande sineta ia num perpétuo repicar avisando os viandantes e os boleeiros dos trens que se desviassem do caminho do «grande Larmanjat»."
Fonte: JACKSON, Lady . A Formosa Lusitânia
2009/04/02
Saber, a ler. Sentir, a escutar. Crescer, a ver.
Excelente:em livro ou filme.
HILARIANTE!
Ao longo deste livro encontra-se o feio de natureza, feio espiritual, assimetria, desarmonia, desfiguração, numa sequência de mesquinho, débil, vil, banal, casual, arbitrário, grosseiro, repugnante, desajeitado, horrendo, sensaborão, nauseabundo, criminoso, espectral, bruxo, satânico, repelente, desagradável, grotesco, abominável, odioso, indecente, imundo, porco, obsceno, pavoroso, abjecto, monstruoso, horripilante, medonho, terrível, terrificante, tremendo, repulsivo, nojento, nauseabundo, fétido, ignóbil, desgraçado, sem graça nenhuma nem decência. O 1º editor estrangeiro que viu esta obra exclamou: «Como é bela a fealdade!»
Armstrong, Ellington, Bechet, Basie, Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Gillespie, Miles Davis, Coleman Hawkings, ... um festival de jazz com profundidade histórica e sociológica. "O livro de Hobsbawm dá a justa atenção ao jazz como a criação revolucionária de uma raça submetida a certas circunstâncias históricas, e à importância dessas circunstâncias na sua expansão, e nas suas tragédias, mas dá mais atenção ao contexto maior, à industrialização e às transformações nos padrões de consumo de brancos e pretos, à relação do jazz com a indústria de discos e de espetáculos, com seus popularizadores e cultores". (Luís Fernando Veríssimo)
HILARIANTE!
Ao longo deste livro encontra-se o feio de natureza, feio espiritual, assimetria, desarmonia, desfiguração, numa sequência de mesquinho, débil, vil, banal, casual, arbitrário, grosseiro, repugnante, desajeitado, horrendo, sensaborão, nauseabundo, criminoso, espectral, bruxo, satânico, repelente, desagradável, grotesco, abominável, odioso, indecente, imundo, porco, obsceno, pavoroso, abjecto, monstruoso, horripilante, medonho, terrível, terrificante, tremendo, repulsivo, nojento, nauseabundo, fétido, ignóbil, desgraçado, sem graça nenhuma nem decência. O 1º editor estrangeiro que viu esta obra exclamou: «Como é bela a fealdade!»
Armstrong, Ellington, Bechet, Basie, Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Gillespie, Miles Davis, Coleman Hawkings, ... um festival de jazz com profundidade histórica e sociológica. "O livro de Hobsbawm dá a justa atenção ao jazz como a criação revolucionária de uma raça submetida a certas circunstâncias históricas, e à importância dessas circunstâncias na sua expansão, e nas suas tragédias, mas dá mais atenção ao contexto maior, à industrialização e às transformações nos padrões de consumo de brancos e pretos, à relação do jazz com a indústria de discos e de espetáculos, com seus popularizadores e cultores". (Luís Fernando Veríssimo)
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