2008/04/29
Obrigada!
Como professora das turmas 7º A, 7º D, 9º A, 10º I e 10º J um muito obrigada pela participação, colaboração e empenho na actividade "Revolução de Abril Na Nossa Escola - 34 Depois". Um agradecimento especial aos que mais se entusiamaram com o projecto. Como professora e ser humano fico orgulhosa dos meus alunos! A todos os outros alunos da nossa escola que participaram, nomeadamente na palestra proporcionada pelos ex-combatentes lousadenses, obrigada por ouvirem, participarem e respeitarem uma geração que viveu um ambiente de guerra, uma geração que sofreu e lutou por uma causa numa época que marcou a História do nosso país.
2008/04/27
2008/04/25
34 depois da Revolução do 25 de Abril na Escola Secundária de Lousada
OBRIGADA PELA PARTICIPAÇÃO, PELOS TESTEMUNHOS VIVOS DUMA ÉPOCA QUE HOJE COMEMORAMOS!
- Sr. ANTÓNIO ESTEVES
- Sr. ANTÓNIO MAGALHÃES DA CUNHA
- Sr. JOAQUIM ARNALDO PINTO FERREIRA
- Sr. LUÍS A. DAMASO
- Sr. NORBERTO MOTA
- SR. NOGUEIRA
- Sr. FERNANDO FERREIRA MIRANDA
- Sr. MANUEL JOAQUIM ESTEVES
- D. VERITA TORRES DE SOUSA
- Sr. ANTÓNIO ESTEVES
- Sr. ANTÓNIO MAGALHÃES DA CUNHA
- Sr. JOAQUIM ARNALDO PINTO FERREIRA
- Sr. LUÍS A. DAMASO
- Sr. NORBERTO MOTA
- SR. NOGUEIRA
- Sr. FERNANDO FERREIRA MIRANDA
- Sr. MANUEL JOAQUIM ESTEVES
- D. VERITA TORRES DE SOUSA
2008/04/23
Agradecemos
Agradecemos o contributo e empenho de todos os alunos, familiares, amigos e ex-combatentes de guerra, que participaram nesta actividade através de testemunhos, entrevistas, registos fotográficos, organização da exposição na escola, material disponibilizado...e assim informar, enriquecer, clarificar a História da nossa região, a História feita por todos nós.
- Alberto Machado, Angola (avô do aluno José Machado,7º A);
- António Feliciano Machado Mota, Índia (avô da aluna Francisca Mota, 7ºA);
- António Nunes Carvalho, Angola (Jéssica Barbosa, 7º A);
- Domingos Ferreira Lopes, Guiné-Bissau (avô da aluna Ânia Coelho, 7ºA);
- José Fernando Ribeiro da Mota, Moçambique (tio da aluna Carla Mota, do 7º A);
- António dos Santos, Guiné-Bissau (avô da aluna Laura Beatriz, 7º D);
- António José Dias, Moçambique (avô do aluno Luís Dias, 7ºD);
- Arnaldo Ferreira, Moçambique (avô da aluna Francisca Fereira, 7º D);
- José António da Costa Teixeira, morto em combate na Guiné-Bissau (tio dos alunos Inês Pinto, Rodrigo Matias, Francisca Ferreira, 7º D);
- Albino Borges Machado (Ana Luísa, aluna do 9º A);
- Arnaldo Mesquita, preso político (Ana Luísa, 9º A);
- Fernando Ferreira Miranda, Moçambique (tio da aluna Sara Valinhas, 9ºA);
- António Correia Ribeiro, Angola (aluno Carlos, 9º E);
- Joaquim Arnaldo Pinto Fereira, Moçambique (tio da aluna Roberta, 9º F)
- Joaquim Fernando Cunha Oliveira, Guiné-Bissau (tio da aluna Joana Rafael, 10º B);
- António Joaquim Correia da Silva, Guiné-Bissau (avô da aluna Cristiana Vieira, 10º J);
- Filomeno da Costa, Guiné-Bissau (tio da aluna Cristiana Vieira, 10º J);
- Francisco da Rocha, Angola (avô da aluna Vera Bessa, 10ºJ);
- João Silva, Guiné-Bissau (vizinho da aluna Mª Graça Bessa, 10º J);
- José Orlandino Gomes Mendes, Angola (vizinho da aluna Cristiana Vieira, 10ºJ);
- José Teixeira da Silva, Moçambique (pai da aluna Ana Silva, 10º J);
- Manuel Joaquim Esteves, Angola (tio da aluna Joana Sousa, 10º J);
- António Augusto Castro Meireles, exilado político em Saint-Dennis (França)- (avô da aluna Teresa Barbosa,10º I);
- Manuel Barbosa Pinto, Moçambique (tio do aluno Jorge Teixeira, 10º I);
- Alberto Machado, Angola (avô do aluno José Machado,7º A);
- António Feliciano Machado Mota, Índia (avô da aluna Francisca Mota, 7ºA);
- António Nunes Carvalho, Angola (Jéssica Barbosa, 7º A);
- Domingos Ferreira Lopes, Guiné-Bissau (avô da aluna Ânia Coelho, 7ºA);
- José Fernando Ribeiro da Mota, Moçambique (tio da aluna Carla Mota, do 7º A);
- António dos Santos, Guiné-Bissau (avô da aluna Laura Beatriz, 7º D);
- António José Dias, Moçambique (avô do aluno Luís Dias, 7ºD);
- Arnaldo Ferreira, Moçambique (avô da aluna Francisca Fereira, 7º D);
- José António da Costa Teixeira, morto em combate na Guiné-Bissau (tio dos alunos Inês Pinto, Rodrigo Matias, Francisca Ferreira, 7º D);
- Albino Borges Machado (Ana Luísa, aluna do 9º A);
- Arnaldo Mesquita, preso político (Ana Luísa, 9º A);
- Fernando Ferreira Miranda, Moçambique (tio da aluna Sara Valinhas, 9ºA);
- António Correia Ribeiro, Angola (aluno Carlos, 9º E);
- Joaquim Arnaldo Pinto Fereira, Moçambique (tio da aluna Roberta, 9º F)
- Joaquim Fernando Cunha Oliveira, Guiné-Bissau (tio da aluna Joana Rafael, 10º B);
- António Joaquim Correia da Silva, Guiné-Bissau (avô da aluna Cristiana Vieira, 10º J);
- Filomeno da Costa, Guiné-Bissau (tio da aluna Cristiana Vieira, 10º J);
- Francisco da Rocha, Angola (avô da aluna Vera Bessa, 10ºJ);
- João Silva, Guiné-Bissau (vizinho da aluna Mª Graça Bessa, 10º J);
- José Orlandino Gomes Mendes, Angola (vizinho da aluna Cristiana Vieira, 10ºJ);
- José Teixeira da Silva, Moçambique (pai da aluna Ana Silva, 10º J);
- Manuel Joaquim Esteves, Angola (tio da aluna Joana Sousa, 10º J);
- António Augusto Castro Meireles, exilado político em Saint-Dennis (França)- (avô da aluna Teresa Barbosa,10º I);
- Manuel Barbosa Pinto, Moçambique (tio do aluno Jorge Teixeira, 10º I);
2008/04/22
«Capitães de Abril», Maria de Medeiros
Partindo das memórias do capitão Salgueiro Maia, a realizadora recria o dia em que Portugal aclamou a revolução.Um retrato da Revolução dos Cravos, que mudou a história portuguesa na década de 70.
Ano de Lançamento: 2000
Direção: Maria de Medeiros
Música: António Vitorino D'Almeida
Elenco: Stefano Accorsi (Maia; Maria de Medeiros (Antónia; Joaquim de Almeida(Gervásio; Frédéric Pierrot (Manuel); Fele Martínez (Lobão); Luis Miguel Cintra (Pais); Luís Cavaleiro (Oficial do GNR); Duarte Guimarães (Daniel); Joaquim Leitão (Filipe); Ricardo Pais (Marcelo Caetano); Mário Redondo (Ary); Otelo Saraiva de Carvalho (Oscar).
- A voz de Oscar ao telefone é a do tenente-coronel Otelo Saraiva de Carvalho, que interpreta em Capitães de Abril o mesmo papel que teve, na vida real, durante a Revolução Portuguesa de 1974, quando era major do Exército.
2008/04/21
Entrevista ao Capitão Salgueiro Maia
Salgueiro Maia nasceu em Castelo de Vide em 1944. Em 1964 ingressa na Academia Militar, sendo promovido a capitão em 1970. Em 25 de Abril avança sobre Lisboa obrigando à rendição de Marcelo Caetano. Faleceu em 1992.
Clube de Jornalismo – O que o levou a aderir ao movimento das forças armadas?
Salgueiro Maia – Porque vivíamos numa ditadura e os nossos jovens eram enviados para a guerra, era preciso mudar esta situação.
C.J. – O movimento fez alguns contactos com as rádios nacionais. De que modo é que elas contribuíram para o sucesso dos planos elaborados?
S.M. – Serviram de sinal para todos os implicados no movimento. Às 22:55h passou na rádio a canção de Paulo de Carvalho «E Depois do Adeus», foi o sinal para assaltarem o Rádio Clube Português. À meia-noite e vinte toca a canção de Zeca Afonso «Grândola, Vila Morena». É o segundo sinal, o M.F.A. estava em marcha, já nada o podia travar.
C.J. – A seguir às rádios qual era o próximo local a controlar?
S.M. – Era o aeroporto de Lisboa que ficou sobe o nosso poder às 4:20h.
C.J. – Nesta altura o capitão ainda estava em Santarém ou já tinha partido?
S.M. – Deixei a Escola Prática de Cavalaria em Santarém às 3:30h com o objectivo de cercar o Terreiro do Paço.
C.J. – A que horas chegou ao Terreiro do Paço?
S.M. – Cheguei por volta das seis da manhã.
C.J. – A partir desta altura a sua acção confunde-se com a própria história do 25 de Abril. Concorda com esta afirmação?
S.M. – O meu papel foi importante pois fui o militar que esteve exposto à maior parte das situações de perigo.
C.J. – Entretanto a PIDE toma conhecimento do movimento. Qual foi a atitude desta polícia perante a situação?
S.M. – Telefonaram a Marcelo Caetano aconselhando-o a refugiar-se no Quartel do Carmo.
C.J. – Entretanto tiveram problemas com outras forças militares fiéis ao regime?
S.M. – Sim, tivemos alguns confrontos mas a maior parte dessas forças acabaram por aderir às Forças Armadas.
C.J. – Quando o Capitão se dirige ao Quartel do Carmo já se vivia na rua um ambiente de revolução. Como o descreve?
S.M. – Era um ambiente indescritível, os cravos vermelhos a ser enfiados nos canos das G3, os populares a vitoriavam os soldados. Quando cheguei ao Quartel do Carmo vi-me envolvido por uma multidão que enrouquecia a cantar o Hino Nacional. Foi o momento mais digno da minha vida.
C.J. – Qual foi a sua acção junto do Quartel do Carmo?
S.M. – Intimei a guarnição que lá se encontrava a render-se e a entregar Marcelo Caetano. A minha ordem não foi obedecida e então abri fogo sobre o edifício. Entrei lá dentro e dialoguei com o Presidente do Conselho. Mais tarde chega o General Spinola e Marcelo Caetano foi enviado para o asilo.
C.J. – A partir de que momento considera a revolução ganha?
S.M. – Após a rendição de Marcelo Caetano e a sua saída do Quartel.
C.J. – A Junta de Salvação Nacional participou e ditou aos portugueses as leis da revolução. Como se sentiu a partir desse momento?
S.M. – Senti que eu e os meus colegas tinham sido relegados para segundo plano, nós que tínhamos arriscado tudo a partir desse altura ficamos na sombra.
Conversa transgeracional
COMEMORAÇÕES DA REVOLUÇÃO DE ABRIL NA NOSSA ESCOLA - 34 ANOS DEPOIS…
A GUERRA COLONIAL - TESTEMUNHOS DE EX-COMBATENTES LOUSADENSES
24 de Abril às 15:00 h - Auditório da escola
ACTIVIDADE ORGANIZADA PELAS PROFESSORAS DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA
ANA ANTUNES, REGINA LIMA, ROSÁRIO GONÇALVES
Enquanto professoras da disciplina de História, parece-nos importante fomentar o convívio transgeracional, com vista a desenvolver o espírito crítico dos nossos alunos. Neste sentido, solicitamos a comparência dos interessados em avaliar a importância do 25 de Abril para a História recente do nosso país através dos testemunhos directos da nossa região.
A GUERRA COLONIAL - TESTEMUNHOS DE EX-COMBATENTES LOUSADENSES
24 de Abril às 15:00 h - Auditório da escola
ACTIVIDADE ORGANIZADA PELAS PROFESSORAS DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA
ANA ANTUNES, REGINA LIMA, ROSÁRIO GONÇALVES
Enquanto professoras da disciplina de História, parece-nos importante fomentar o convívio transgeracional, com vista a desenvolver o espírito crítico dos nossos alunos. Neste sentido, solicitamos a comparência dos interessados em avaliar a importância do 25 de Abril para a História recente do nosso país através dos testemunhos directos da nossa região.
2008/04/20
Aerogramas Militares
Aerogramas Militares Isentos de Franquia - Guerra Colonial 1961 - 1974
Correspondência do Ultramar para a Metrópole. O transporte destes era sempre efectuado por via aérea. Eram postais bastante utilizados pelas tropas em serviço, com tarifa privilegiada. Os aerogramas eram editados pelo Movimento Nacional Feminino (MFN) que tinha por objectivo apoiar os soldados portugueses na guerra colonial, paralelamente às chamadas «madrinhas de guera», movimento igualmente presidido por mulheres da alta burguesia ligada ao regime salazarista.
MADRINHAS DE GUERRA:
Movimento Nacional Feminino (1961-1974), uma estrutura de mulheres criada e organizada para apoiar os militares, as suas famílias e o esforço do Estado Português em África. Mulheres cuja vontade para o serviço resultava de uma selecção que obedecia aos seguintes itens: nacionalidade portuguesa, maiores de 21 anos, moral idónea, espírito patriótico, coragem, capacidade de sacrifício, confiança na vitória e capacidade de transmissão dessa ideia.
Às "Madrinhas de guerra" era pedido/estipulado a distracção do(s) seus(s) afilhados através da troca de correspondência, em que na mesma fosse expresso a transmissão de coragem, confiança, orgulho pela prestação de um importante serviço à Pátria.
Por outro lado, deviam também estabelecer contactos com a(s) família(s) desse(s) soldado(s), amparando-a(s) em tudo o que fosse possível, nomeadamente em termos morais e materiais.
Registe-se que o pedido dos soldados de "Madrinhas de Guerra" devia fazer-se directamente para a Comissão Central do Serviço Nacional de Madrinhas, onde era devidamente analisado e correspondido de acordo com as possibilidades. Salienta-se que as madrinhas deviam ser da mesma região, cidade ou povoação vizinha do(s) afilhado(s), por questões de afinidade, conhecimento da família e mais fácil prestação de apoio.Importa dizer que o aumento entretanto verificado do número de pedidos tornou notória a insuficiência de inscrições por parte de voluntárias.
As próprias voluntárias acabavam por se envolver com as situações. Umas, certamente mais do que outras, acompanhavam com ansiedade o percurso africano do(s) seus(s) afilhado(s) e acabavam por viver intensamente a situação, juntamente com a(s) família(s) a que ele(s) pertencia(m).Algumas destas mulheres estão ainda hoje vivas. Algumas destas mulheres falaram já do que foi esse seu trabalho. E confirmam. Confirmam o que sentiram, também elas, embora diferentemente, num contexto de guerra.
"Que cada uma de nós se lembre que lá longe, nas províncias ultramarinas, há rapazes que deixaram tudo: mulheres, filhos, mães, noivas e o seu trabalho, o seu interesse, tudo enfim, para cumprirem o seu dever de soldados. É preciso que as mulheres portuguesas se compenetrem da sua missão, e assim como eles estão cumprindo o seu dever, lutando pela nossa querida Pátria, também vós tendes para cumprir o vosso, lutando pelo bem-estar dos nossos soldados- luta essa bem pequenina, pois uma só palavra, um pouco de conforto moral basta para levar alguma felicidade aos que estão contribuindo para a defesa da integridade do nosso Portugal.
OFEREÇAM-SE PARA MADRINHAS DE GUERRA. MANDEM O VOSSO NOME E A VOSSA MORADA PARA A SEDE DO MOVIMENTO NACIONAL FEMININO".
("Madrinhas de guerra". In: Revista Presença. Nº 1, 1963, p. 36-37).
"Querido militar:
(...) Lutas pela paz da tua família. Lutas para que, em tua casa, todos possam viver sem terror. Lutas para que os rapazinhos de agora tenham aquela Pátria grande e livre que herdaste!
Tu enfrentas de armas na mão, orgulhosamente, o inimigo que pretende roubar a segurança do teu lar!
Obrigada, soldado!
SAÚDA-TE A TUA MADRINHA".
("Querido Militar". In: Revista Mensagem. Nº 2, 1962, p. 2).
2008/04/18
Uma história interrompida...
Assinalar a Revolução de Abril na nossa Escola
NOME: FILOMENO DA COSTA (tio da aluna Cristiana Vieira, 10º J).
ORIGEM: S. MIGUEL – LOUSADA
DATA DE NASCIMENTO: 12 de Agosto de 1947 a 10 de Abril de 1970
PALCO DE GUERRA: EXÉRCITO - GUINÉ-BISSAU.
CATEGORIA: SOLDADO.
MORREU EM AMBIENTE DE GUERRA, CASADO, DEIXOU A MULHER VIÚVA, MUITO NOVO PARA MORRER NUMA GUERRA! NUMA GUERRA SEM SENTIDO!!!
SERÁ UM DOS HOMENAGEADOS NO DIA 25 DE ABRIL DE 2008 EM LOUSADA ATRAVÉS DA INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO AOS EX-COMBATENTES LOUSADENSES MORTOS NO ULTRAMAR.
2008/04/17
Guiné-Bissau.Angola.Moçambique
Designa-se por Guerra Colonial, Guerra do Ultramar (designação oficial portuguesa do conflito até ao 25 de Abril), ou Guerra de Libertação (designação mais utilizada pelos africanos independentistas), o período de confrontos entre as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas pelos movimentos de libertação das antigas províncias ultramarinas de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, entre 1961 e 1974.
Ao longo do seu desenvolvimento foi necessário aumentar progressivamente a mobilização das forças portuguesas, nos três teatros de operações, de forma proporcional ao alargamento das frentes de combate que, no início da década de 1970, atingiria o seu limite crítico. Pela parte portuguesa, a guerra sustentava-se pelo princípio político da defesa daquilo que considerava território nacional, baseando-se ideologicamente num conceito de nação pluricontinental e multi-racial. Pelo outro lado, os movimentos de libertação justificavam-se com base no princípio inalienável de auto-determinação e independência, num quadro internacional de apoio e incentivo à luta.
A Guerra Colonial foi, desde sempre, apontada como a principal justificação para a queda irrevogável do Estado Novo em Portugal.
2008/04/16
Humberto Delgado - O General Sem Medo
O CRIME DA PIDE
A PIDE, que já no Brasil fizera uma tentativa de assassinar Humberto Delgado, infiltrou certos círculos da oposição mantendo uma apertada vigilância sobre todos os movimentos do líder da oposição portuguesa no exílio. Uma intensa campanha de descrédito e de isolamento, alimentada pelos serviços secretos, fomentou, gradualmente, ao longo de um período de cinco anos, a criação de uma rede de informadores que conseguiu obter a confiança do General. Foi assim que ele consentiu no encontro de Badajoz em Fevereiro de 1965. Convencido que se ia reunir com oficiais portugueses interessados em derrubar o regime, Humberto Delgado foi de facto ao encontro da morte. Uma brigada da PIDE chefiada pelo inspector Rosa Casaco atravessou a fronteira utilizando passaportes falsos, a fim de montar a cilada que vitimaria o General e a sua secretária brasileira, Arajaryr Campos.
13 de Fevereiro de 1965 é a data do encontro fatídico, marcado para os Correios de Badajoz, donde aliás enviou quatro postais para quatro amigos em quatro países diferentes e assinados com o nome de sua irmã - Deolinda. O objectivo do envio destes postais correspondia a um código, previamente combinado, que significava: 'estou vivo e não estou preso'. Foi o último sinal de vida e por isso aquela data é considerada a data do seu assassinato que se pressupõe ter ocorrido perto de Olivença.
Durante dois meses de especulações e de mentiras deliberadas da imprensa portuguesa nada se soube de Humberto Delgado. A pedido do Professor Emídio Guerreiro em Paris, a Federação Internacional dos Direitos do Homem enviou a Espanha uma delegação composta por um escocês, um italiano e um francês. Estes foram confrontados com uma muralha de silêncio em Espanha. No entanto, após o seu regresso a Paris, a 24 de Abril de 1965, os membros da delegação puderam ler nos jornais as notícias da descoberta dos dois cadáveres numa campa rasa quase à superfície, perto da aldeia de Villanueva del Fresno, num caminho conhecido por Los Malos Pasos.
Em 1990, dezasseis anos após o 25 de Abril de 1974 que restaurou a democracia em Portugal, o general Humberto Delgado foi postumamente elevado a marechal da Força Aérea e os seus restos mortais trasladados para o Panteão Nacional.
2008/04/09
2008/04/08
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