- O 10 Magnífico,a aventura de uma criança no mundo da matemática, Anna Cerasoli, AMBAR.
- Aristides de Sousa Mendes, José-Alain Fralon, Editorial Presença.
História do diplomata português que salvou milhares de vidas do Holocausto.
- História do Rei Transparente, Rosa Montero, Edições Asa
Considerado o melhor romance histórico de 2005, em Espanha, remonta aos tempos medievais, século XII, trata-se de uma "história ambiciosa de mulheres, templários, guerras e descobrimentos".
2008/05/26
2008/05/22
Aristides de Sousa Mendes, diplomata (1885-1954)
«A CORAGEM DA TOLERÂNCIA»
O Cônsul português em França que desobedeceu a Salazar "em nome" da dignidade humana!
Com a invasão da França pelas tropas nazis em Maio de 1940, a salvação possível para os judeus era abandonar o território e conseguir entrar num país neutral. Para isso precisavam de um visto. Ele estava proibido de emitir vistos , nomeadamente a judeus e antifascistas, que por razões raciais ou ideológicas, eram considerados como indesejáveis. Contudo, este cônsul considerava estas normas racistas e desumanas. Por isso, protagonizou a "desobediência justa". Não acatou a proibição de Salazar de se passarem vistos a refugiados: transgrediu e passou 30 mil, sobretudo a judeus.
Foi o maior símbolo português saído da II Guerra Mundial.
"É o herói vulgar. Não estava preso a causas. Estava preso a uma questão fundamental: a sua consciência", (Ferreira Fernandes, jornalista).
O processo de reabilitação de Aristides de Sousa Mendes foi longo. Israel foi o 1º país a reconhecer o gesto do Cônsul, atribuindo-lhe, a título póstumo, a Medalha de Ouro dos “Justos”, do Yad Vashem, em 1967. Nesse ano, foi também plantada uma árvore, em sua memória, na Alameda dos Justos, em Jerusalém.
2008/05/20
2008/05/19
2ª Guerra Mundial / Desembarque da Normandia / Holocausto / Campos de Concentração Nazis
BERLIM, 22 DE JUNHO DE 1990. DESAPARECE O CHECKPOINT CHARLIE
Com uma cerimónia brilhante, em que assistiram os ministros dos Assuntos Exteriores dos aliados e das duas Alemanhas, assim como os alcaides de Berlim Ocidental e Oriental, uma grua fez desmoronar o célebre Checkpoint Charlie. Era uma guarita instalada junto ao muro de Berlim que servia como controlo militar. Esta guarita tornou-se famosa na realidade e na literatura de espionagem e no cinema, pois era o lugar escolhido para o intercâmbio de espias descobertos e detidos pelo Ocidente e pela URSS durante a guerra fria.
"O INFERNO CHEGOU À TERRA..."
"O tempo estava perfeito no dia 6 de agosto de 1945, quando os aviões decolaram da base de Tinian, no arquipélago das Marianas, no Pacífico, rumando para o Japão, comandados por Paul Tibbets. Em Hiroshima a vida naquela manhã estava em seu ritmo normal; os homens dirigiam-se para as fábricas de armamentos e a crianças saindo para a escola. Os aviões B-29, preparados para a missão de lançamento da bomba, foram vistos sobrevoando a mais de 10 mil metros de altura, mas nenhum alarme soou. Exactamente às 8h15m17s o enorme cilindro negro, apelidado de "Little Boy", foi lançado e os aviões deram uma volta de 180 graus para retornar à base.
O minuto seguinte foi caótico e decisivo. Várias coisas aconteceram ao mesmo tempo em que a primeira bomba atómica detonava, a 617 metros do solo, bem no centro da cidade. Formou-se sobre Hiroshima uma bola de fogo, ofuscante e azul. Neste momento a temperatura aproximou-se de um milhão de graus centígrados. Um milionésimo de segundo depois subia para 5,5 milhões de graus. Tudo o que se encontrava a 500 metros do epicentro da bomba foi incinerado. Quase ninguém sobreviveu num raio de 800 metros. A explosão liberou uma alta quantidade de radiação. Quem não morreu queimado (os casos de queimadura eram horríveis, a pele se descolava do corpo, caindo em tiras) sofreu com os efeitos da radiação (depois de um tempo os cabelos começavam a cair e muitos mais tarde teriam câncer). Por último, uma nuvem de fumaça e vapor em forma de cogumelo escureceu a cidade.
O horror estava apenas começando. O anel de fogo, originado da explosão, atingia a maior parte da cidade, às 9h. Os que ainda conseguiam andar se arrastavam para parques e zonas próximas dos rios que cortavam a cidade. Os abrigos começaram a ser improvisados. O número de mortos aumentava a cada minuto, menos de uma hora depois da explosão mais de 60 mil pessoas haviam morrido. Quatorze mil pessoas foram dadas como desaparecidas.
A chuva negra começou por volta das 10 h, constituída por cinza e vapor misturados à radiação. Uma hora depois começaram a funcionar os primeiros hospitais improvisados. O atendimento limitou-se ao fornecimento de óleo e soro fisiológico, bandagens, arroz e água. Tóquio só foi saber da tragédia 20 minutos depois, quando um repórter da agência de notícias "Domei" conseguiu um telefone que funcionava.
Algumas autoridades sobreviventes tentaram organizar a distribuição de arroz e água na praça da prefeitura e no Hospital da Cruz Vermelha. A noite chegou com um aumento dos incêndios por toda a parte. O rio Ota, com a maré cheia, arrastou os mortos e moribundos que tinham procurado alívio em suas águas. Três dias depois, em 9 de agosto, a operação se repetiria em Nagasaki, que só não sofreu estragos maiores por se situar entre colinas e porque o centro histórico da cidade ficou protegido. Mas o horror para os habitantes foi o mesmo.", Joana Monteleone
A DIVISÃO DA EUROPA
"Nos primeiros dias de Maio de 1945, a Europa é uma verdadeira terra de ninguém. Os exércitos aliados, convergiam desde Este a Oeste, e acabavam de estabelecer contacto com o coração da Alemanha. A cidade de Berlim, até pouco tempo orgulhosa capital do Reich, não era mais que um imenso montão de ruínas, ocupada pelo Exército Vermelho. Este controla Budapeste, Viena, Praga, Varsóvia, Sofía, Bucareste... Todo o continente oferece-se como um campo aberto à acção dos protagonistas, decisores da situação.
Nunca a Europa que tinha dominado o mundo, tinha-se encontrado em situação tão extrema, entregue à vontade de poderes estranhos a esta. Nunca o expansionismo soviético, herdeiro directo da voracidade territorial dos czares, tinha imaginado poder chegar tão longe. Ao mesmo tempo, o governo de Washington parece decidido a abandonar a sua política de neutralidade e substituir a esgotada Inglaterra na liderança do mundo demoliberal, que agora começa a adquirir sua natureza atlântica.", Traduzido e adaptado de Historia 16, año XV, nº 169 (vER IMAGEM NO BLOG: CRAVOSREVOLUCIONÁRIOS).
FOTOGRAFIAS DE GUERRA
"Com uma ideia na cabeça e uma arma na outra, o jovem tenente-fotógrafo Ievgeni Khaldei chegou a Berlim em 1945, nos últimos momentos da batalha em que o Exército soviético acabava de derrotar Hitler. (...)
Khaldei cobriu a guerra – como tenente da Marinha e fotógrafo da agência oficial Tass – desde a invasão alemã da URSS, em 1941, quando partiu para a frente de combate. (...)
Khaldei fez fotos de combate e do movimento de tropas, mas sua especialidade desde cedo foram as ruas e os personagens da guerra. Em uma delas, um casal de judeus, estrelas amarelas ainda pregadas no casaco, acaba de ser libertado do gueto de Budapeste, em Janeiro de 1945. "Eles olhavam para mim como se esperassem que fosse matá-los", relembra Khaldei.
Também esteve em Viena, onde fotografou um oficial nazista que matou a família e se suicidou na cidade recém libertada, e em Sebastopol, livre mas em ruínas, onde fez uma foto que mostra oficiais soviéticos de alta patente e suas famílias tomando sol na praia semidestruída pelos bombardeios. "Khaldei concentrou-se no lado humano da guerra, principalmente em seu impacto sobre os civis. (...) Tinha uma sensibilidade meio inexplicável de perceber cenas acontecidas antes de ele chegar ao local e dar-lhes vida.", Adaptado de artigo da revista Veja, 5 Março 1997.
CENAS DA VIDA DE UM PILOTO DURANTE UMA BATALHA NA IIª GUERRA MUNDIAL
«Era, frequente, o piloto ver-se obrigado a saltar do aparelho em voo, ora por falta de carburante, ora por incêndio a bordo, ora por os danos sofridos em combate tornarem perigosa a aterragem. O fogo era um risco sempre presente. Nos aviões de caça da R.A.F., o depósito de combustível ficava à frente da cabina do piloto e nem sempre existia uma blindagem protectora. Nos aparelhos alemães, o piloto sentava-se sobre o depósito, em forma de L, mas este era totalmente estanque, graças a uma camada isolante sintética, que ao ser colocada colava instantaneamente, obturando qualquer pequena abertura (...).
Muitos pilotos equipavam-se de modo a ficar totalmente cobertos, sem um pouco que fosse de pele exposta ao ar; outros, antes do combate, abriam o vidro da carlinga, preferindo correr o risco das balas e enfrentar o frio a verem-se encerrados numa cabina em chamas. Contavam-se histórias arrepiantes de pilotos surpreendidos com incêndios a bordo, que sentiam, literalmente, a sua carne a assar (…).
No caso de falta de combustível, o piloto podia aterrar em qualquer campo que lhe parecesse plano, se bem que no Sul de Inglaterra a maior parte deles estivesse crivada de fossas ou semeada de obstáculos, para impedir as aterragens inimigas. Uma vez em terra, bastava ao piloto caminhar até ao telefone mais próximo, para informar a esquadrilha do local onde se encontrava.
Os Alemães, ao contrário, procuravam sempre reatravessar o canal da Mancha. Era muito arriscado tentar pousar um caça na água: para além do impacto, equivalente ao de um choque com uma parede de tijolos, o peso relativamente importante do motor, na extremidade do avião, arrastava-os para o fundo, o que não acontecia com os bombardeiros, que conseguiam flutuar durante dois ou três minutos. Assim sendo, a maior parte dos pilotos preferia saltar de pára-quedas.», Fonte: A Vida dos Pilotos durante a batalha de Inglaterra, Verbo.
Campo de Auschwitz na sua extensão
AUSCHWITZ, LONGO CALVÁRIO ATÉ À CÂMARA DE GÁS
«Sobre a porta de entrada de Auschwitz I, pode-se hoje ler um letreiro que diz: "Arbeit macht frei" (O trabalho da liberdade). Situado em terra polaca, entre Katowice e Cracóvia, o campo de Auschwitz conta com a cifra de assassinatos mais alta: calcula-se em 4 000 000 o número de exterminados, a maioria deles judeus (3 000 000 mortos em câmaras de gás), para além de milhares de ciganos e de prisioneiros de guerra soviéticos. O Campo estava rodeado de arame farpado electrificado e várias torres com metralhadoras e potentes holofotes que vigiavam noite e dia as instalações. À chegada de cada comboio os SS gostavam de repetir num macabro cinismo: "Aqui entra-se pela porta e sai-se pela chaminé.», Fonte: Siglo XX. Los Grandes Hechos. La II Guerra Mundial, Ediciones Orbis, S.A.
Com uma cerimónia brilhante, em que assistiram os ministros dos Assuntos Exteriores dos aliados e das duas Alemanhas, assim como os alcaides de Berlim Ocidental e Oriental, uma grua fez desmoronar o célebre Checkpoint Charlie. Era uma guarita instalada junto ao muro de Berlim que servia como controlo militar. Esta guarita tornou-se famosa na realidade e na literatura de espionagem e no cinema, pois era o lugar escolhido para o intercâmbio de espias descobertos e detidos pelo Ocidente e pela URSS durante a guerra fria.
"O INFERNO CHEGOU À TERRA..."
"O tempo estava perfeito no dia 6 de agosto de 1945, quando os aviões decolaram da base de Tinian, no arquipélago das Marianas, no Pacífico, rumando para o Japão, comandados por Paul Tibbets. Em Hiroshima a vida naquela manhã estava em seu ritmo normal; os homens dirigiam-se para as fábricas de armamentos e a crianças saindo para a escola. Os aviões B-29, preparados para a missão de lançamento da bomba, foram vistos sobrevoando a mais de 10 mil metros de altura, mas nenhum alarme soou. Exactamente às 8h15m17s o enorme cilindro negro, apelidado de "Little Boy", foi lançado e os aviões deram uma volta de 180 graus para retornar à base.
O minuto seguinte foi caótico e decisivo. Várias coisas aconteceram ao mesmo tempo em que a primeira bomba atómica detonava, a 617 metros do solo, bem no centro da cidade. Formou-se sobre Hiroshima uma bola de fogo, ofuscante e azul. Neste momento a temperatura aproximou-se de um milhão de graus centígrados. Um milionésimo de segundo depois subia para 5,5 milhões de graus. Tudo o que se encontrava a 500 metros do epicentro da bomba foi incinerado. Quase ninguém sobreviveu num raio de 800 metros. A explosão liberou uma alta quantidade de radiação. Quem não morreu queimado (os casos de queimadura eram horríveis, a pele se descolava do corpo, caindo em tiras) sofreu com os efeitos da radiação (depois de um tempo os cabelos começavam a cair e muitos mais tarde teriam câncer). Por último, uma nuvem de fumaça e vapor em forma de cogumelo escureceu a cidade.
O horror estava apenas começando. O anel de fogo, originado da explosão, atingia a maior parte da cidade, às 9h. Os que ainda conseguiam andar se arrastavam para parques e zonas próximas dos rios que cortavam a cidade. Os abrigos começaram a ser improvisados. O número de mortos aumentava a cada minuto, menos de uma hora depois da explosão mais de 60 mil pessoas haviam morrido. Quatorze mil pessoas foram dadas como desaparecidas.
A chuva negra começou por volta das 10 h, constituída por cinza e vapor misturados à radiação. Uma hora depois começaram a funcionar os primeiros hospitais improvisados. O atendimento limitou-se ao fornecimento de óleo e soro fisiológico, bandagens, arroz e água. Tóquio só foi saber da tragédia 20 minutos depois, quando um repórter da agência de notícias "Domei" conseguiu um telefone que funcionava.
Algumas autoridades sobreviventes tentaram organizar a distribuição de arroz e água na praça da prefeitura e no Hospital da Cruz Vermelha. A noite chegou com um aumento dos incêndios por toda a parte. O rio Ota, com a maré cheia, arrastou os mortos e moribundos que tinham procurado alívio em suas águas. Três dias depois, em 9 de agosto, a operação se repetiria em Nagasaki, que só não sofreu estragos maiores por se situar entre colinas e porque o centro histórico da cidade ficou protegido. Mas o horror para os habitantes foi o mesmo.", Joana Monteleone
A DIVISÃO DA EUROPA
"Nos primeiros dias de Maio de 1945, a Europa é uma verdadeira terra de ninguém. Os exércitos aliados, convergiam desde Este a Oeste, e acabavam de estabelecer contacto com o coração da Alemanha. A cidade de Berlim, até pouco tempo orgulhosa capital do Reich, não era mais que um imenso montão de ruínas, ocupada pelo Exército Vermelho. Este controla Budapeste, Viena, Praga, Varsóvia, Sofía, Bucareste... Todo o continente oferece-se como um campo aberto à acção dos protagonistas, decisores da situação.
Nunca a Europa que tinha dominado o mundo, tinha-se encontrado em situação tão extrema, entregue à vontade de poderes estranhos a esta. Nunca o expansionismo soviético, herdeiro directo da voracidade territorial dos czares, tinha imaginado poder chegar tão longe. Ao mesmo tempo, o governo de Washington parece decidido a abandonar a sua política de neutralidade e substituir a esgotada Inglaterra na liderança do mundo demoliberal, que agora começa a adquirir sua natureza atlântica.", Traduzido e adaptado de Historia 16, año XV, nº 169 (vER IMAGEM NO BLOG: CRAVOSREVOLUCIONÁRIOS).
FOTOGRAFIAS DE GUERRA
"Com uma ideia na cabeça e uma arma na outra, o jovem tenente-fotógrafo Ievgeni Khaldei chegou a Berlim em 1945, nos últimos momentos da batalha em que o Exército soviético acabava de derrotar Hitler. (...)
Khaldei cobriu a guerra – como tenente da Marinha e fotógrafo da agência oficial Tass – desde a invasão alemã da URSS, em 1941, quando partiu para a frente de combate. (...)
Khaldei fez fotos de combate e do movimento de tropas, mas sua especialidade desde cedo foram as ruas e os personagens da guerra. Em uma delas, um casal de judeus, estrelas amarelas ainda pregadas no casaco, acaba de ser libertado do gueto de Budapeste, em Janeiro de 1945. "Eles olhavam para mim como se esperassem que fosse matá-los", relembra Khaldei.
Também esteve em Viena, onde fotografou um oficial nazista que matou a família e se suicidou na cidade recém libertada, e em Sebastopol, livre mas em ruínas, onde fez uma foto que mostra oficiais soviéticos de alta patente e suas famílias tomando sol na praia semidestruída pelos bombardeios. "Khaldei concentrou-se no lado humano da guerra, principalmente em seu impacto sobre os civis. (...) Tinha uma sensibilidade meio inexplicável de perceber cenas acontecidas antes de ele chegar ao local e dar-lhes vida.", Adaptado de artigo da revista Veja, 5 Março 1997.
CENAS DA VIDA DE UM PILOTO DURANTE UMA BATALHA NA IIª GUERRA MUNDIAL
«Era, frequente, o piloto ver-se obrigado a saltar do aparelho em voo, ora por falta de carburante, ora por incêndio a bordo, ora por os danos sofridos em combate tornarem perigosa a aterragem. O fogo era um risco sempre presente. Nos aviões de caça da R.A.F., o depósito de combustível ficava à frente da cabina do piloto e nem sempre existia uma blindagem protectora. Nos aparelhos alemães, o piloto sentava-se sobre o depósito, em forma de L, mas este era totalmente estanque, graças a uma camada isolante sintética, que ao ser colocada colava instantaneamente, obturando qualquer pequena abertura (...).
Muitos pilotos equipavam-se de modo a ficar totalmente cobertos, sem um pouco que fosse de pele exposta ao ar; outros, antes do combate, abriam o vidro da carlinga, preferindo correr o risco das balas e enfrentar o frio a verem-se encerrados numa cabina em chamas. Contavam-se histórias arrepiantes de pilotos surpreendidos com incêndios a bordo, que sentiam, literalmente, a sua carne a assar (…).
No caso de falta de combustível, o piloto podia aterrar em qualquer campo que lhe parecesse plano, se bem que no Sul de Inglaterra a maior parte deles estivesse crivada de fossas ou semeada de obstáculos, para impedir as aterragens inimigas. Uma vez em terra, bastava ao piloto caminhar até ao telefone mais próximo, para informar a esquadrilha do local onde se encontrava.
Os Alemães, ao contrário, procuravam sempre reatravessar o canal da Mancha. Era muito arriscado tentar pousar um caça na água: para além do impacto, equivalente ao de um choque com uma parede de tijolos, o peso relativamente importante do motor, na extremidade do avião, arrastava-os para o fundo, o que não acontecia com os bombardeiros, que conseguiam flutuar durante dois ou três minutos. Assim sendo, a maior parte dos pilotos preferia saltar de pára-quedas.», Fonte: A Vida dos Pilotos durante a batalha de Inglaterra, Verbo.
Campo de Auschwitz na sua extensão
AUSCHWITZ, LONGO CALVÁRIO ATÉ À CÂMARA DE GÁS
«Sobre a porta de entrada de Auschwitz I, pode-se hoje ler um letreiro que diz: "Arbeit macht frei" (O trabalho da liberdade). Situado em terra polaca, entre Katowice e Cracóvia, o campo de Auschwitz conta com a cifra de assassinatos mais alta: calcula-se em 4 000 000 o número de exterminados, a maioria deles judeus (3 000 000 mortos em câmaras de gás), para além de milhares de ciganos e de prisioneiros de guerra soviéticos. O Campo estava rodeado de arame farpado electrificado e várias torres com metralhadoras e potentes holofotes que vigiavam noite e dia as instalações. À chegada de cada comboio os SS gostavam de repetir num macabro cinismo: "Aqui entra-se pela porta e sai-se pela chaminé.», Fonte: Siglo XX. Los Grandes Hechos. La II Guerra Mundial, Ediciones Orbis, S.A.
2008/05/01
1º de Maio, dia do trabalhador. Porquê?
No século XIX, a pujança da “Revolução Industrial” conduziu à sujeição dos trabalhadores a condições desumanas de laboração devido à necessidade de se produzir o máximo ao mais baixo custo, sem respeitar idades nem sexos. As organizações sindicais, essas, eram incipientes e perseguidas pelas autoridades policiais.
Até que, em 1886, no dia 1 de Maio, teve início uma greve geral com a adesão de mais de 1 milhão de trabalhadores em todo o território norte-americano. A reacção a esta paralisação foi violenta. No dia 1º de Maio de 1886, 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago (EUA)em manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada para oito horas de trabalho. A polícia reprimiu a manifestação, dispersando a concentração, depois de ferir e matar dezenas de operários. Esta manifestação operária termina com mortes e detenções, 3anos depois nascia o Dia do Trabalhador.
Em 1890, o Congresso americano vota a lei que estabelece a jornada de oito horas de trabalho.
Em 1889, a Segunda Internacional Socialista decidiu, em Paris, proclamar o 1º de Maio como o Dia do Trabalhador em memória dos que morreram em Chicago.
Nos Estados Unidos da América o Dia do Trabalhador celebra-se no dia 3 de Setembro e é conhecido por "Labor Day". É um feriado nacional que é sempre comemorado na primeira segunda-feira do mês de Setembro e está relacionado com o período das colheitas e com o fim do Verão.
No Canadá este feriado chama-se "Dia de Oito Horas". Tem este nome porque se comemora a vitória da redução do dia de trabalho para oito horas.
Na Europa o "Dia do Trabalhador" comemora-se sempre no dia 1 de Maio.
Em Portugal
Entre 1852 e 1910 realizaram-se 559 greves no nosso país. A subida dos salários, a diminuição da jornada de trabalho e a melhoria das condições de laboração eram as principais exigências dos operários.
Segundo José Mattoso, o movimento operário alcançava grande força quando "aquelas (associações) a que hoje chamaríamos propriamente «sindicatos» se juntavam com as recreativas, as de socorros mútuos e os centros políticos". Tal ficou demonstrado no 1º de Maio de 1900 que juntou em Lisboa cerca de 40 mil pessoas, numa altura em que "as classes médias ainda viam as organizações de trabalhadores com alguma simpatia".
Durante a 1ª República não se deixou de festejar o Dia do Trabalhador.
Durante o Estado Novo as manifestações no Dia do Trabalho (e não do Trabalhador) eram organizadas e controladas pelo Estado.
O primeiro 1º de Maio celebrado em Portugal depois do 25 de Abril foi a maior manifestação alguma vez organizada no país. Só na cidade de Lisboa juntaram-se mais de meio milhão de pessoas. Para muitos, foi a forma dos portugueses demonstrarem a sua adesão ao 25 de Abril, que uma semana antes restituía ao país a democracia.
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