2008/05/01

1º de Maio, dia do trabalhador. Porquê?


No século XIX, a pujança da “Revolução Industrial” conduziu à sujeição dos trabalhadores a condições desumanas de laboração devido à necessidade de se produzir o máximo ao mais baixo custo, sem respeitar idades nem sexos. As organizações sindicais, essas, eram incipientes e perseguidas pelas autoridades policiais.

Até que, em 1886, no dia 1 de Maio, teve início uma greve geral com a adesão de mais de 1 milhão de trabalhadores em todo o território norte-americano. A reacção a esta paralisação foi violenta. No dia 1º de Maio de 1886, 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago (EUA)em manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada para oito horas de trabalho. A polícia reprimiu a manifestação, dispersando a concentração, depois de ferir e matar dezenas de operários. Esta manifestação operária termina com mortes e detenções, 3anos depois nascia o Dia do Trabalhador.

Em 1890, o Congresso americano vota a lei que estabelece a jornada de oito horas de trabalho.

Em 1889, a Segunda Internacional Socialista decidiu, em Paris, proclamar o 1º de Maio como o Dia do Trabalhador em memória dos que morreram em Chicago.

Nos Estados Unidos da América o Dia do Trabalhador celebra-se no dia 3 de Setembro e é conhecido por "Labor Day". É um feriado nacional que é sempre comemorado na primeira segunda-feira do mês de Setembro e está relacionado com o período das colheitas e com o fim do Verão.

No Canadá este feriado chama-se "Dia de Oito Horas". Tem este nome porque se comemora a vitória da redução do dia de trabalho para oito horas.

Na Europa o "Dia do Trabalhador" comemora-se sempre no dia 1 de Maio.

Em Portugal

Entre 1852 e 1910 realizaram-se 559 greves no nosso país. A subida dos salários, a diminuição da jornada de trabalho e a melhoria das condições de laboração eram as principais exigências dos operários.

Segundo José Mattoso, o movimento operário alcançava grande força quando "aquelas (associações) a que hoje chamaríamos propriamente «sindicatos» se juntavam com as recreativas, as de socorros mútuos e os centros políticos". Tal ficou demonstrado no 1º de Maio de 1900 que juntou em Lisboa cerca de 40 mil pessoas, numa altura em que "as classes médias ainda viam as organizações de trabalhadores com alguma simpatia".

Durante a 1ª República não se deixou de festejar o Dia do Trabalhador.

Durante o Estado Novo as manifestações no Dia do Trabalho (e não do Trabalhador) eram organizadas e controladas pelo Estado.

O primeiro 1º de Maio celebrado em Portugal depois do 25 de Abril foi a maior manifestação alguma vez organizada no país. Só na cidade de Lisboa juntaram-se mais de meio milhão de pessoas. Para muitos, foi a forma dos portugueses demonstrarem a sua adesão ao 25 de Abril, que uma semana antes restituía ao país a democracia.

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