2008/11/09

Magalhães não é um computador...


No dia de hoje, 28 de Novembro, do ano de 1520, o navegador português Fernão de Magalhães, ao serviço de Espanha, entrou no oceano Pacífico, saindo do estreito que tem hoje o seu nome. O homem que projectou, organizou e comandou a primeira viagem de circum-navegação à volta do mundo, morreria nas Filipinas, a 7 de Abril do ano seguinte, às flechas dos índios locais.

FERNÃO DE MAGALHÃES

No vale clareia uma fogueira.
Uma dança sacode a terra inteira.
E sombras desformes e descompostas
Em clarões negros do vale vão


Subitamente pelas encostas,
Indo perder-se na escuridão.
De quem é a dança que a noite aterra?
São os Titãs, os filhos da Terra,


Que dançam na morte do marinheiro
Que quis cingir o materno vulto
-- Cingilo, dos homens, o primeiro--,
Na praia ao longe por fim sepulto.


Dançam, nem sabem que a alma ousada
Do morto ainda comanda a armada,
Pulso sem corpo ao leme a guiar
As naus no resto do fim do espaço:


Que até ausente soube cercar
A terra inteira com seu abraço.
Violou a Terra. Mas eles não
O sabem, e dançam na solidão;


E sombras desformes e descompostas,
Indo perder-se nos horizontes,
Galgam do vale pelas encostas
Dos mudos montes.

Fernando Pessoa
Mensagem





"A Igreja diz que a Terra é achatada, mas sei que ela é redonda, porque vi a sombra dela na Lua, e acredito mais numa sombra do que na igreja" (Fernão de Magalhães)

A região da Patagónia, no extremo sul da Argentina, foi baptizada em 1520, pelo explorador português Fernão de Magalhães, devido a uma característica especial do povo que a habitava: indígenas muito altos que enrolavam os pés em peles de animais selvagens, para protegê-los nas caminhadas. Como esses “sapatos” primitivos deixavam grande pegadas, Fernão de Magalhães apelidou aquelas pessoas de “patagones”, palavra espanhola que significa “pés grandes”.

3 comentários:

Anónimo disse...

Veja a sugestão de Rainer Dainearth em que possivelmente esta foi a segunda viagem de circum navegação de Fernão de Magalhães

Rafinha disse...

Fernão de Magalhães[1] (Sabrosa, primavera de 1480 — Cebu, Filipinas, 27 de Abril de 1521) foi um navegador português, filho de Rodrigo de Magalhães e de Alda de Mesquita que, ao serviço do rei de Espanha, comandou a expedição marítima que efectuou a primeira viagem de circum-navegação ao globo. Foi o primeiro a atravessar o estreito hoje conhecido pelo seu nome (o Estreito de Magalhães) e o primeiro europeu a navegar no Oceano Pacífico. Fernão de Magalhães morreu nas Filipinas no curso daquela expedição, posteriormente chefiada por Juan Sebastián Elcano 1522.

QUANDO TUDO ACONTECEU...

1480: Data provável do nascimento de Fernão de Magalhães, talvez em Trás-os-Montes. - 1505: Parte para a Índia na armada de D. Francisco de Almeida. - 1509: Sob o comando de Lopes Sequeira participa na desastrada expedição a Malaca; faz grande amizade com Francisco Serrão. - 1511: Participa, sob o comando de Afonso de Albuquerque, na conquista de Malaca. - 1513: Regressa a Lisboa. - 1514: É ferido em combate, em Azamor (Marrocos); novamente em Lisboa, D. Manuel recusa-lhe aumento de tença. - 1517: Dirige-se a Sevilha para apresentar a Carlos V o seu plano de alcançar as Ilhas das Especiarias por ocidente . - 1519: Inicia a que será a primeira viagem de circum-navegação; alcança a baía da Guanabara. - 1520: Alcança a foz do Rio da Prata; faz invernada na baía de S. Julião; domina motim; atravessa o Estreito e desemboca no Pacífico. - 1521: Descobre a Ilha dos Ladrões; descobre o arquipélago das Filipinas e aí é morto em combate. - 1522: Sebastian d'Elcano conclui a primeira viagem de circum-navegação.

Primeiras viagens
Alista-se com 25 anos na Armada da Índia, numa frota de 22 navios, comandada por Francisco de Almeida, embora o seu nome não figure nas crônicas; sabe-se no entanto que ali permaneceu oito anos, que esteve em Goa, Cochim, Quíloa, acompanhou Diogo Lopes de Sequeira a Malaca, viagem que acabou em naufrágio e comanda uma nau na Batalha de Diu. No Oriente, Magalhães estabeleceu estreitas relações de amizade com Francisco Serrão, que veio a ser feitor nas Molucas; e dele teria tido informações quanto à situação dos lugares produtores de especiarias.

Tendo-se distinguido na defesa de Azamor em Marrocos, em que acompanhara o duque de Bragança Jaime I, pediu a D. Manuel I uma recompensa para seus feitos; mas os boatos que corriam sobre a maneira pouco escrupulosa como dividira as presas de uma incursão tinham chegado aos ouvidos do Rei. Este, apesar das suas justificações, e não o considerando culpado, não lhe concedeu as mercês pedidas.

A circunavegação
Em 1517 foi a Sevilha com Rui Faleiro, tendo encontrado no feitor da "Casa de la Contratación" da cidade um adepto do projecto que entretanto concebera: dar a Espanha a possibilidade de atingir as Molucas pelo Ocidente, por mares não reservados aos portugueses no Tratado de Tordesilhas e, além disso, segundo Faleiro, provar que as ilhas das especiarias se situavam no hemisfério castelhano.

Com a influência do bispo de Burgos conseguiram a aprovação do projecto por parte de Carlos V, e começaram os morosos preparativos para a viagem, cheios de incidentes; depois da ruptura com Rui Faleiro, Magalhães continuou a aparelhagem dos cinco navios que, com 256 homens de tripulação, partiram de Sanlúcar de Barrameda em 20 de Setembro de 1519. A esquadra tinha cinco navios e uma tripulação total de 234 homens.

Antonio Pigafetta, escritor italiano que havia pago do seu próprio bolso para viajar com a expedição, escreveu um diário completo de toda a viagem, possibilitado pelo fato de Pigafetta ter sido um dos 18 homens a retornar vivo para a Europa. Dessa forma, legou à posteridade um raro e importante registro de onde se pode extrair muito do que se sabe sobre este episódio da história.

A armada fez escala nas ilhas Canárias e alcançou a costa da América do Sul, chegando em 13 de dezembro ao Rio de Janeiro. Prosseguindo para o sul, atingiram Puerto San Julian à entrada do estreito, na extremidade da atual costa da Argentina, onde o capitão decidiu hibernar. Irrompeu então uma revolta que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de espera, período no qual a "Santiago" foi perdida em uma viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados, Magalhães encontrou o estreito que hoje leva seu nome, aprofundando-se nele. Em outra viagem de reconhecimento, outra nau foi perdida, mas desta vez por um motim na "San Antonio" onde a tripulação, sem que soubesse seu capitão-mor, iniciou uma viagem de volta (realmente estes completaram a viagem, espalhando ofensas contra Fernão de Magalhães na Espanha).

Apenas em novembro a esquadra atravessaria o Estreito, penetrando nas águas do Mar do Sul (assim baptizado por Balboa), e baptizando o oceano em que entravam como «Pacífico» por contraste às dificuldades encontradas no Estreito. Depois de cerca de quatro meses, a fome, a sede e as doenças (principalmente o escorbuto) começaram a dizimar a tripulação. No Pacífico que encontrou as nebulosas que hoje ostenta o seu nome - as nebulosas de Magalhães.

Em março de 1521, alcançaram a ilha de Ladrões no actual arquipélago de Guam, chegando à ilha de Cebu nas atuais ilhas Filipinas em 7 de abril. Imediatamente começaram com os nativos as trocas comerciais; boa parte das grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas. Dias depois, porém, Fernão de Magalhães morreu em combate com os nativos na Ilha de Mactan, atraído a uma emboscada.

A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano.

O regresso
Decidiram incendiar a nau Concepción, visto o pequeno número de homens para operá-la, e finalmente conseguiram chegar às Molucas, onde obtiveram seu suprimento de especiarias. Trinidad acabou ali permanecendo para reparos e a "Victoria" voltou sozinha para casa, contornando o Índico pelo sul, a fim de não encontrar navios portugueses. A Trinidad, após os reparos tentou seguir uma rota pelo Pacífico até a América Central, onde poderia contatar os espanhóis e levar sua carga, no entanto acabou tendo de retornar às Molucas onde seus tripulantes foram aprisionados pelos portugueses que haviam chegado. A nau "Victoria" dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1522, fez escala em Cabo Verde, onde alguns homens foram detidos pelos portugueses, alcançando finalmente o porto de S. Lúcar de Barrameda, com apenas 18 homens na tripulação.

Uma única nau tinha completado a circunavegação do globo ao alcançar Sevilha em 6 de setembro de 1522. Juan Sebastián Elcano, a restante tripulação da expedição de Magalhães e o último navio da frota regressaram decorridos três anos após a partida. A expedição de facto trouxe poucos benefícios financeiros, não tendo a tripulação chegado a receber o pagamento.

Rafaela Vieira 8ºD nº23

Anónimo disse...

Fernão de Magalhães, realizou a primeira viagem de circum-navegação à volta do Mundo, realizada entre 1519 e 1521, juntamente com Sebastião Elcano. Estes navegadores, provaram a esfericidade da Terra e como era possível o comércio entre a Ásia e a América, através da rota de Manila. Magalhães era português, mas a viagem foi feita ao serviço de Espanha.
Fernão de Magalhães viria a perder a vida nas Filipinas, certo de que tinha sido a primeira pessoa europeia a navegar no Oceano Pacífico e a atravessar o estreito de Magalhães.


Ana Sofia nº3 8ºD