2011/01/31

Os problemas da vida rural portuguesa de meados do século XIV a meados do século XV

A Lei das Sesmarias foi uma legislação do reinado de D. Fernando, promulgada em Santarém a 28/05/1375, num contexto de crise económica que a peste negra agravou.
A peste negra levou a uma falta inicial de mão-de-obra nos centros urbanos (locais onde a mortandade foi ainda mais intensa) que, por sua vez, desencadeou o aumento dos salários das actividades artesanais; estes factos desencadearam a fuga dos campos para as cidades. Após estas consequências iniciais verificou-se, e tornou-se característica deste período, a falta de mão-de-obra rural que levou à diminuição da produção agrícola e ao despovoamento de todo o país. A lei das Sesmarias e outras disposições locais anteriores pretendiam fixar os trabalhadores rurais às terras e diminuir o despovoamento.
Segundo Virgínia Rau, as causas que levaram à promulgação desta lei foram:
• a escassez de cereais;
• a carência de mão-de-obra;
• o aumento dos preços e dos salários agrícolas;
• a falta de gado para a lavoura;
• a diferença entre as rendas pedidas pelos donos da terra e os valores oferecidos pelos rendeiros,;
• o aumento dos ociosos e vadios.
A lei pretendia:
• Obrigar os proprietários a cultivar as terras mediante pena de expropriação;
• Obrigar ao trabalho na agricultura a todos os que fossem filhos ou netos de lavradores e a todos os que não possuíssem bens avaliados até quinhentas libras;
• Evitar o encarecimento geral fixando os salários rurais;
• Obrigar os lavradores a terem o gado necessário para a lavoura e fixando o preço do mesmo gado;
• Proibir a criação de gado que não fosse para trabalhos de lavoura;
• Fixar preços de rendas;
• Aumentar o número de trabalhadores rurais pela compulsão de mendigos, ociosos e vadios que pudessem fazer uso do seu corpo.
A grande novidade desta lei é a instituição do princípio de expropriação da propriedade caso a terra não fosse aproveitada. Procurava-se repor em cultivo terras que já o haviam tido e que os factos já mencionados tinham transformado em baldios. A lei das Sesmarias foi como que uma reforma agrária.


Para resolver:

Fonte
Data
Rei
Problema
Causa
Medida tomada
A
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 2
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 4
 5
B
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 3
 4
 5
C
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 3
 4
 5
D
 1
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 5

2011/01/28

A higiene na Idade Média

Na Idade Média, o banho, era considerado prejudicial se tomado em excesso. As pessoas geralmente tomavam apenas dois ou três banhos ao ano; e quase sempre por volta do mês de Maio ou Junho, quando começa a primavera na Europa e o clima já estava um pouquinho mais quente. Daí a origem do mês de Maio, ser o mês eleito para os casamentos, porque desta feita as noivas tomavam o banho no mês de Maio e o cheiro das partes intimas não era tão forte. O uso do bouquet pela noiva também era utilizado para dissipar o mau odor da mesma. Quando era decidido que o banho seria tomado, quem tinha prioridade de usar a agua limpa, ou seja a primeira agua, era o chefe da família, e assim sucessivamente os banhos eram tomados, a começar pelo pai, mãe, filhos, e por último os bebés; quando então a agua já estava totalmente imunda.

O cheiro dos corpos, de suor e das partes intimas impregnavam todas as casas. As roupas eram lavadas também somente duas ou três vezes ao ano, devido a raridade das mesmas e o alto custo do sabão. Em consequência disto, cheiravam mal, eram imundas, e viviam cheias de pulgas, piolhos e insectos. Os dentes não eram lavados, portanto a grande maioria já não os tinha na boca, e as pessoas que ainda os tinham, estavam apodrecidos e negros. Quando vemos em fotos antigas, lacaios a abanar as pessoas, não era pelo calor e sim pelo odor fétido que era exalado das bocas e das partes intimas; portanto usavasse o abano para dissipar o mau cheiro.

Nas áreas urbanas, o excrementos corporais e a água usada no banho eram atirados pela janela, o esgoto era a céu aberto o que obviamente propiciava a proliferação do mau cheiro e de doenças altamente contagiosas e infecciosas. As roupas de cama eram sujas, e as vezes dormiam numa mesma cama quatro ou seis pessoas. Devido a tanta falta de higiene e a muitas vezes manterem animais de grande porte dentro de casa, a proliferação dos ratos era também grande. A taxa de mortalidade infantil era grande, 1/3 das crianças morriam antes de completar um ano de idade. A saúde era tratada com desleixo, e quase sempre designavam a doença como um castigo divino. As doenças eram tratadas com infusões caseiras e por vezes tratamentos absurdamente exóticos, utilizando excrementos de animais, urina e outros tipos de unguentos. Devido a falta de higiene, não era de se estranhar que muitas pessoas morressem, e em meados do século XIV, uma peste devastou 1/3 da população europeia. Estamos a falar da Peste Negra, que era transmitidas aos humanos através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos navios vindos do Oriente entre os anos de 1346 e 1352. Como as cidades não tinham condições higiénicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. O lixo acumulava-se nas ruas. Rapidamente a população de ratos aumentou significativamente.

Estes ratos estavam contaminados com a bactéria Pasteurella Pestis. E as pulgas destes roedores transmitiam a bactéria aos homens através da picada. Os ratos também morriam da doença e, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue. Após o contágio a pessoa tinha poucos dias de vida. Os sintomas eram febre altíssima, mal-estar geral, vómitos e bolhas de pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. As pessoas atribuíam a peste como sendo um castigo divino, enviado aos homens para pagarem os seus pecados.








.Certo?

AS NOVAS PRÁTICAS COMERCIAIS E FINANCEIRAS
As primeiras actividades bancárias nascem na Baixa Idade Média, graças aos cambistas ou banqueiros que desenvolveram formas mais fáceis e seguras de comerciar:

1) As sociedades comerciais eram uma necessidade constante na economia de mercado que manuseava moedas de valores tão díspares como o florim (Florença), ducado (Veneza) ou o tari (moeda muçulmana). Por isso, o cambista, tal como o mercador, viu o seu estatuto social reconhecido;

2) Os seguros – permitiram substituir o transporte de dinheiro, sempre mais arriscado e volumoso, fazendo operações de pagamento em papel;

3) Os câmbios – permitiam reunir capital a uma escala a que os particulares dificilmente poderiam ter acesso e, da mesma forma, repartir os lucros do negócio;

4) Os cheques e as letras de câmbio – qualquer viagem, marítima ou terrestre, envolvia riscos. O mercador medieval encontrava, por terra, nas suas viagens de carroça ou em cima da mula, o obstáculo das montanhas, das estradas por pavimentar, dos assaltantes ou dos senhores de terras que obrigavam a pagar todo o tipo de taxas; preferia, por isso, as vias de água, apesar de rodeados dos riscos de naufrágio e pirataria. Tornou-se essencial que os mercadores segurassem as mercadorias, contra o pagamento de uma parte do seu valor. Deste modo, em caso de acidente, o comerciante recuperava o montante do produto segurado.

2011/01/24

.Certo?

A CONFIGURAÇÃO DA CIDADE MEDIEVAL
A cidade medieval da Europa ocidental era, em geral, uma cidade pequena (Paris, sendo a maior, tinha 90 000 habitantes) que se compunha dos seguintes elementos:
a) O arrabalde: a primeira característica da cidade medieval é o seu perímetro de muralhas, cujas portas, geralmente imponentes, se podiam abrir ou fechar consoante a necessidade, pois o estado de guerra quase permanente obrigava a garantir a segurança dos habitantes. A muralha desempenhava ainda a função de delimitar o espaço da cidade por oposição ao espaço rural. Devido ao aumento demográfico do século XIII, as cidades medievais rodearam-se de novas cinturas de muralhas que integraram antigos arrabaldes e zonas rurais.
b) A muralha: no interior da muralha, a cidade estava organizada em torno de um ou vários centros, por exemplo: o Castelo; a Sé catedral; o mercado; o porto; a torre de menagem do alcaide; os paços do concelho. A cada um destes centros correspondia uma praça e ruas respectivas. Os edifícios mais importantes eram construídos em pedra, o que explica a sobrevivência de vários destes vestígios até à actualidade. Muitas das vezes as ruas tomavam o nome do ofício que aí se praticava (por exemplo a rua dos sapateiros, rua dos caldeireiros), praticando-se a compartimentação socioprofissional. Nas cidades de fundação islâmica, o centro tomava o nome de alcáçova.
c) As ruas: desordenas, estreitas, barulhentas e insalubres. No entanto, deve ressalvar-se, para o período a partir do século XIII, a abertura de ruas novas e das ruas direitas. Eram ruas mais largas que o habitual, preferencialmente dedicadas à actividade comercial e que ordenavam o espaço urbano, ligando os vários pontos da cidade. Porém, a maioria das ruas secundárias, continuavam a ser usadas como locais de despejo de lixos e, até, como latrinas.
d) O termo: no exterior das muralhas (arrabaldes) viviam os recém-chegados e os marginalizados (leprosos, pedintes, indigentes), em vielas estreitas e insalubres, num amontoado caótico de casas de madeira que se prestava à proliferação das doenças e aos incêndios. Progressivamente, os arrabaldes conquistaram o seu papel na economia da cidade: ao albergarem as profissões mais barulhentas ou poluentes, atraíram a criação de mercados que abasteciam todos aqueles que saíam ou entravam do espaço muralhado. Esta intensa actividade económica era acompanhada de animação de rua. Em consequência, muitas das cidades integraram os arrabaldes, fechando-os dentro de uma segunda cerca de muralhas (foi o caso de Évora, a segunda cidade do país no século XIV).
e) O centro: era o espaço circundante (aldeias e campo) que abastecia a cidade e onde os aldeões vendiam os seus produtos às portas da cidade. O termo podia ser aumentado ou reduzido pelo rei, como recompensa ou como castigo.

2011/01/22

2011/01/20

M2 - Saberes


1. Sensibilizar-se para a importância do legado político-cultural clássico como uma das matrizes da formação da civilização europeia ocidental.

2. Reconhecer na sociedade europeia medieval factores de coesão que se sobrepuseram às permanentes diversidades político-regionais, distinguindo a importância da igreja neste processo.

3. Referir, em termos genéricos, os elementos de unidade e de diversidade na Europa do século XIII.

4. Distinguir, como unidades políticas, reinos, senhorios e comunas.

5. Reconhecer, no Sacro Império Romano-Germânico, a persistência da ideia de um Império romano e cristão.

6. Mostrar o papel desempenhado pela religião na coesão interna do mundo ocidental.

7. Caracterizar, em termos religiosos, culturais e geográficos, os outros mundos: Bizâncio e o Islão.

8. Reconhecer no surto demográfico do século XIII, na expansão agrária que o acompanhou e no paralelo desenvolvimento urbano, o desencadear de mecanismos favorecedores de intercâmbios de ordem local, regional e civilizacional.

9. Indicar os factores que contribuíram para a prosperidade europeia dos séculos XI a XIII.

10. Explicar o surto urbano.

11. Enquadrar as relações cidade-campo no renascimento de uma economia de mercado.

12. Descrever os espaços urbanos da cidade medieval.

13. Localizar os pólos mais dinâmicos da economia europeia.

14. Traçar um quadro genérico das principais rotas e produtos.

15. Explicar o desenvolvimento das novas práticas financeiras.

16. Evidenciar a fragilidade do equilíbrio demográfico.

17. Dominar conceitos: reino; senhorio; comuna; papado; Igreja ortodoxa grega; Islão; burguesia; economia monetária.