A CONFIGURAÇÃO DA CIDADE MEDIEVAL
A cidade medieval da Europa ocidental era, em geral, uma cidade pequena (Paris, sendo a maior, tinha 90 000 habitantes) que se compunha dos seguintes elementos:
a) O arrabalde: a primeira característica da cidade medieval é o seu perímetro de muralhas, cujas portas, geralmente imponentes, se podiam abrir ou fechar consoante a necessidade, pois o estado de guerra quase permanente obrigava a garantir a segurança dos habitantes. A muralha desempenhava ainda a função de delimitar o espaço da cidade por oposição ao espaço rural. Devido ao aumento demográfico do século XIII, as cidades medievais rodearam-se de novas cinturas de muralhas que integraram antigos arrabaldes e zonas rurais.
b) A muralha: no interior da muralha, a cidade estava organizada em torno de um ou vários centros, por exemplo: o Castelo; a Sé catedral; o mercado; o porto; a torre de menagem do alcaide; os paços do concelho. A cada um destes centros correspondia uma praça e ruas respectivas. Os edifícios mais importantes eram construídos em pedra, o que explica a sobrevivência de vários destes vestígios até à actualidade. Muitas das vezes as ruas tomavam o nome do ofício que aí se praticava (por exemplo a rua dos sapateiros, rua dos caldeireiros), praticando-se a compartimentação socioprofissional. Nas cidades de fundação islâmica, o centro tomava o nome de alcáçova.
c) As ruas: desordenas, estreitas, barulhentas e insalubres. No entanto, deve ressalvar-se, para o período a partir do século XIII, a abertura de ruas novas e das ruas direitas. Eram ruas mais largas que o habitual, preferencialmente dedicadas à actividade comercial e que ordenavam o espaço urbano, ligando os vários pontos da cidade. Porém, a maioria das ruas secundárias, continuavam a ser usadas como locais de despejo de lixos e, até, como latrinas.
d) O termo: no exterior das muralhas (arrabaldes) viviam os recém-chegados e os marginalizados (leprosos, pedintes, indigentes), em vielas estreitas e insalubres, num amontoado caótico de casas de madeira que se prestava à proliferação das doenças e aos incêndios. Progressivamente, os arrabaldes conquistaram o seu papel na economia da cidade: ao albergarem as profissões mais barulhentas ou poluentes, atraíram a criação de mercados que abasteciam todos aqueles que saíam ou entravam do espaço muralhado. Esta intensa actividade económica era acompanhada de animação de rua. Em consequência, muitas das cidades integraram os arrabaldes, fechando-os dentro de uma segunda cerca de muralhas (foi o caso de Évora, a segunda cidade do país no século XIV).
e) O centro: era o espaço circundante (aldeias e campo) que abastecia a cidade e onde os aldeões vendiam os seus produtos às portas da cidade. O termo podia ser aumentado ou reduzido pelo rei, como recompensa ou como castigo.
3 comentários:
a) A muralha;
b) O centro;
c) O arrabalde;
d) As ruas;
e) O termo.
António Silva, nº 30, 10º11.
Muito bem António!
a) A muralha;
b) O centro(Aonde havia o comercio);
c) O arrabalde;
d) As ruas;
e) O termo.
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