Análise dos documentos, pp. 38-39
Doc. 5 "Representação da cartografia medieval"
· Os documentos 5-A, B e C, são planisférios de alturas diferentes, apresentados quase como uma evolução ao longo dos anos/séculos.
Das representações cartográficas presentes, destaco como menos rigorosa, a do doc. A. Este planisfério T-O é o mais antigo dos três, e portanto, o menos realista. Elaborado de modo muito simples e simbólico, com pouca informação, mostrando a Terra em forma de disco plano, rodeada por um Oceano e dividida em 3 continentes ( Europa, Ásia Ocidental e África do Norte) por separação de 1 mar (Mediterrâneo) e 2 rios (Nilo e Tanis/Dom). Também o doc. B é pouco rigoroso, com bastante ausência de informação nomeadamente acerca das zonas correspondentes ao hemisfério Sul. Isso deve-se, provavelmente, ao facto de na altura ainda não se ter conseguido avançar muito para Sul e pouco se sabia dessa parte do Mundo.
Considero como planisfério mais fidedigno (para a época), mais credível e conforme a realidade (conhecida), o doc. C, o Planisfério de Ptolomeu, ainda editado em 1482. É notório que contém mais informação e está mais completo e rigoroso.
Doc. 6 "Uma nova imagem da Terra em fins do século XV"
· O texto apresentado remonta a um documento historiográfico, visto ter sido produzido em 1997. Informa-nos de que a cartografia, antes da essencial intervenção de Henricus Martellus e Martin Behaim continha inúmeros erros geográficos. Henricus Martellus, cartógrafo alemão ligado ao acontecimento em que Bartolomeu passa o Cabo das Tormentas, depois designado Cabo da Boa Esperança, elaborou um mapa-múndi apresentado 1 ano depois, com uma nova concepção e um novo conhecimento do mundo para além daquele tão temido cabo. Neste mapa, salientam-se, por exemplo, as correções nas quais os oceanos Atlântico e Índico demonstram uma ligação entre si.
Por sua vez, Martin Behaim participou no descobrimento do rio Zaire com Diogo Cão em 1483, produzindo em 1492 uma representação tridimensional da Terra: o globo terrestre. Deste modo, o Mundo ficou representado de forma mais realista e tendo em conta os descobrimentos (portugueses) que iam sendo cumpridos, o globo apresentava uma informação e correções muito mais completas em comparação aos planisférios impressos no reinado de D. João II apoiando-se nos modelos antigos de Ptolomeu.
Doc. 7 "Alguns exemplos da cartografia portuguesa na época dos Descobrimentos"
· Este planisfério redigido em 1502 considera-se bastante actualizado pois já conta com o litoral brasileiro, região oficialmente descoberta dois anos antes. Para além disso, representa África com grande exatidão e precisão.
· A maior correção dos mapas deve-se principalmente ao facto de demarcarem as terras tomando o céu como ponto de partida e desenhando-as com as devidas medidas: “E esta é a verdadeira e perfeita Geografia, a qual principalmente consiste em demarcar as terras pela correspondência ao céu, com devida (…) certeza(…)”.
· Com um aglomerado de novos instrumentos de navegação, novas embarcações e preparações espácio-temporais, os portugueses alcançaram inúmeros locais até então por descobrir. Através de tais proezas, os portugueses contribuíram para o aperfeiçoamento da cartografia da Terra, pois passaram a registar-se as regiões ou ilhas descobertas, rumos seguros, com escalas apropriadas e ilustrações do que se podia encontrar nas zonas descritas, elaborando-se, cada vez mais, uma representação cartográfica mais detalhada, precisa e correcta do Mundo.