2011/05/19

Artigo redigido pela aluna Bárbara Mendes, 10º 11

"O admirável mundo novo da imprensa nos séculos XV - XVI"

Revistas, jornais, livros, cartas, recibos, a isto estamos habituados. Quando queremos ter um livro é rápido e simples ou se quisermos ter várias cópias de um documento também é barato e nada lento! Mas nem sempre foi assim, vejamos como tudo isto começou. Recuemos no tempo.

Inícios do século XV. É por esta altura que Johannes Gutenberg (1397 – 1468), na Mogúncia- Alemanha, começa contribuir para a revolução que a imprensa iria ser.
Desde pequeno que Gutenberg aprendeu a arte de precisão em trabalhos de metal, na Casa da Moeda do Arcebispo da Mogúncia onde tanto seu pai como o tio eram funcionários.
É a Gutenberg que a história atribui o mérito principal da invenção da imprensa não só pela ideia dos tipos móveis –“ a tipografia” mas também pelo aperfeiçoamento da prensa (já conhecida e usada para cunhar moedas, espremer uvas e fazer impressões em tecido e acetinar o papel). Este foi o marco fundamental que alicerçou e fundamentou e universalizou o conhecimento até à massificação actual.
 Em 1428 parte para Estrasburgo e aí procedeu às primeiras tentativas de imprimir com caracteres móveis, onde deu a conhecer a sua ideia e onde provavelmente, em 1442, terá impresso o primeiro exemplar na sua prensa original - um pedaço de papel com onze linhas. Vinte anos mais tarde regressa a Mogúncia , conhece Johann Fust , ourives abastado que lhe terá emprestado 800 ducados e juntos formaram a Fábrica de Livros. Pouco tempo depois esta sociedade conheceu um novo sócio, Pedro Schoffer , e terá sido ele que descobriu o modo de fundir e fabricar caracteres e ainda a tinta negra.  Nos primeiros documentos impressos produzidos então contam-se várias edições de “Donato” e bulas de indulgências concedidas pelo Papa Nicolau V.
 Foi só em 1450 que Gutenberg deu início à produção da célebre Bíblia de quarenta e duas linhas. Das trezentas impressas ainda existem cerca de quarenta.
A imprensa expande-se graças à guerra e chega a Portugal finalmente pela mão do  rei D.João II, em 1487, em Faro.
E assim começou a revolução!!!!
A partir desse momento passou a ser muito mais fácil ter informação. Era mais barato, rápido e acessível ter um livro, uma bíblia uma enciclopédia ou obra primas da Antiguidade Clássica. A imprensa despoletou um novo mundo de informação, de saberes de cultura e de religião que antes não existia; apenas as elites tinham acesso
Os livros, até então, eram feitos pelos copistas, demoravam muito tempo e eram extremamente caros, também porque eram feitos em pergaminho. Até isso mudou, pois Gutenberg já usava papel, descoberto pelos chineses. Os copistas mostraram alguma resistência pois isto punha em causa a sua ocupação. Mas ninguém impediu a imprensa de triunfar nos séculos XV e XVI.
O mundo tornou-se maravilhoso com esta invenção? Sim, tornou-se, pois, os saberes espalharam-se, espalharam-se os livros, tornou-se fácil ter informação e dar informação. É aqui que há uma grande reviravolta no mundo, pois, de repente tudo mudou. A imprensa tornou mais fácil para a população iletrada (mais de metade) ter acesso a documentos que de outra forma seria impossível. Ajudou assim a implantar o espírito científico na população que desabrochava na Europa nesta época.
Como penso que já perceberam, não era possível sermos o mundo que hoje somos sem a imprensa. Esta revolucionou a forma de comunicação e mudou os níveis de saberes e conhecimentos de toda a população.
Os efeitos da imprensa fazem-se sentir, na actualidade, de forma poderosa, e saber ler e escrever passa a ser o passaporte requerido para ingressar na Galáxia Gutenberg. Aos países que não possuírem uma educação massiva e adequadas instituições educativas superiores será quase impossível converterem-se numa economia moderna. E, ao contrário, os países pobres e atrasados que possuam um bom sistema educativo mais facilmente se desenvolverão. Prova-se assim, que a sabedoria, a educação e a cultura, que a imprensa ajudou a criar e a impulsionar, são a chave para o sucesso e desenvolvimento.

                                    

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